domingo, 14 de fevereiro de 2010

A Questão do Trair

A revista IstoÉ que circula esta semana, tem a matéria sobre traição, o texto pode ser lido online. Aborda o aspecto tradicional do casamento, através da telenovela Viver a Vida, da rede Globo.

O tema nos fez lembrar do ótimo livro Amar Trair, de Aldo Carotenuto, publicado pela editora católica Paulus, 1997, 256 páginas. A obra tem como subtítulo: “Quase uma apologia da traição”.

A traição pode ser de várias formas: afetiva, econômica, ideológica, social, individual, coletiva, política, histórica, partidária, platônica, profissional, religiosa, com os olhos, só no pensamento etc. Parece que, viver é trair, estamos sempre traindo e sendo traídos. A traição pode ser total ou parcial, em todas as áreas acima citadas, e nas que não foram citadas, mediante a interpretação de cada um.

Muitos afirmam que Jesus foi traído por Judas, mas há quem declare que o traído foi Judas, que esperava de Cristo, uma atitude mais politizada de enfrentamento contra o Império Romano, logo... pontos de vista, cada um tem o seu.

O autor, Aldo Carotenuto é psicólogo e um dos maiores estudiosos, em nível internacional, do pensamento de Carl Gustav Jung. É professor da Universidade de Roma, autor de 20 livros traduzidos para vários idiomas. É presidente da Associação Italiana de Psicologia e Literatura, membro da Associação Americana de Psicologia, USA.

Um livro instigante. Através desse estudo ficamos sabendo que trair pode ser um pedido de socorro, de ajuda, em função das carências múltiplas (ver o terceiro parágrafo, o que foi sobre a traição pode ser dito sobre as carências) que todo ser humano tem.

Diz o autor: “Nascemos traídos e com a necessidade de trair para crescermos: é uma lei cármica (...) é esse o significado profundo que o mito hebraico da expulsão do Paraíso terrestre representa simbolicamente (...). Porque a traição é essencialmente “passagem” – é esse seu significado etimológico – “entrega” a outrem (...) é necessária essa “passagem” pela morte, esse reconhecimento do limite, da finitude, esse saber-se traidor e traído”. – páginas 8 e 9.

“A traição repugna a nossa consciência de “puros”, mas, afirma o autor, ela é uma experiência inelutável. (...) Todo indivíduo está sob o imperativo, inscrito na dinâmica evolutiva da psique, de emancipar-se de tudo o que o mantém fiel a uma imagem de si que não lhe corresponde, mas corresponde às exigências do ambiente social ou ao desejo de seus interlocutores”. – capa.

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