sábado, 1 de novembro de 2008

Poesia

Abaixo o “terrorismo purista”
Pelas Liberdades Gramaticaes
Viva a Lingüística !

Antonio Carlos Rocha

Queridos gramáticos:
Como os senhores bem sabem
Não há jeito que dê jeito
Da gente falar direito.

É tanta regrinha
Impossível gravar
Ninguém mesmo usa
Na hora de falar.

Os senhores também sabem
Que o falar muito varia
De pessoa, de lugar
Da noite para o dia.

Por que essa fixidez?
Normas tão duras !
Não é uma beleza
O falar das ruas?

Seja lá o que for
Fenômeno ou evolução
É falar e ouvir
Criar a oração

Então, essa tal de
Louçania da linguagem
No fundo, no fundo
Me cheira a bobagem

Pois como disse Manuel Bandeira:
“A língua errada do povo.
A língua certa do povo”.

Não me levem a mal, mas
Não sejamos radicaes
Nem tantas, nem tão poucas
Convenções gramaticaes

Gramática e cachaça
É tudo uma coisa só
Queridos senhores
De nós, tenham dó.

Não adianta fardão
Sem ser, erudito,
É o povo quem decide
É só, tenho dito.

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